
Representado por seu presidente, Antonio Gervásio Rodrigues, pela diretora Luciana Pereira Santos e pelo assessor Vinicius Gonçalves, o Sindicato Único dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Osasco e Região (SUEESSOR) integrou a organização e participou ativamente do 18° Encontro Anual do Espaço da Cidadania e seus parceiros pela inclusão, realizado na quarta-feira (26), no auditório do DIEESE.
Com o tema “O trabalho não é só salário, é um lugar social!”, o evento reuniu autoridades, empresas, sindicatos, pessoas com deficiência, órgãos públicos e entidades especializadas.
DEBATES QUE EXPÕEM AVANÇOS E DESAFIOS DA INCLUSÃO NO MUNDO DO TRABALHO
Ao longo do encontro, especialistas destacaram não apenas a relevância da pauta, mas também os entraves que ainda dificultam a contratação e a permanência de pessoas com deficiência no mercado formal. O compartilhamento de experiências práticas — considerado o núcleo do evento — mostrou como iniciativas contínuas, apoiadas por tecnologia e gestão humanizada, transformam ambientes de trabalho e fortalecem vínculos sociais.
LEI DE COTAS: DADOS QUE REVELAM A DISTÂNCIA ENTRE A LEGISLAÇÃO E A REALIDADE
Um dos pontos centrais da programação foi a apresentação do auditor fiscal do Trabalho Eduardo Halim, coordenador do Projeto de Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho da SRTE/SP. Ele apresentou uma análise aprofundada da Lei de Cotas e de sua fiscalização no Estado de São Paulo.
Os dados apontam que 14,6 mil empregadores são obrigados a cumprir a legislação, o que representa 291,8 mil vagas potenciais para pessoas com deficiência. Desse total, 150,9 mil postos estão ocupados (51,7%), enquanto 140,9 mil seguem vazios, evidenciando o grande descompasso entre a norma e sua efetivação.
O técnico do DIEESE, Guilherme Palmieri, complementou o cenário com números atualizados sobre a população com deficiência e pessoas com TEA em São Paulo, relacionando-os ao desempenho no emprego formal.

INICIATIVAS QUE MOSTRAM CAMINHOS POSSÍVEIS PARA UM MERCADO MAIS INCLUSIVO
Experiências de diferentes setores reforçaram que a inclusão avança quando há investimento institucional e políticas estruturadas. Vanessa Salvate, assistente social do Programa de Reabilitação do INSS, explicou como a reinserção de trabalhadores reabilitados amplia o alcance da Lei de Cotas.
Da iniciativa privada, exemplos consistentes também foram apresentados. Marinalva Cruz, coordenadora de Diversidade, Equidade e Inclusão da Coca-Cola FEMSA Brasil, demonstrou que a empresa mantém índices de contratação acima do mínimo legal, fruto de políticas contínuas de valorização da diversidade.
Já Tamaly Amorim, gerente sênior de Diversidade, Inclusão e Atratividade do Assaí Atacadista, destacou que a rede trabalha sob o princípio da interseccionalidade, contratando pessoas com deficiência de diferentes recortes sociais — gênero, raça, classe e orientação sexual — e igualmente ultrapassando o percentual exigido por lei.
No campo da acessibilidade comunicacional, Monica Lupatin apresentou o ICOM, central que promove a mediação de conversas em Libras, garantindo comunicação plena entre trabalhadores surdos e suas equipes e ampliando a permanência e o protagonismo desses profissionais.

INCLUSÃO COMO ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILIDADE
O encerramento ficou por conta de Rafael Públio, da Santa Causa Boas Ideias & Projetos, que lançou a publicação “Colocando o I no ASG: Inclusão de Pessoas com Deficiência como Vantagem Estratégica de Práticas de Sustentabilidade para Empresas e Pessoas Investidoras”. A obra, traduzida pela equipe da Santa Causa a partir de material da OIT, evidencia como a inclusão se tornou pilar estratégico para empresas comprometidas com sustentabilidade e responsabilidade social.
“A INCLUSÃO NÃO É CONCESSÃO; É JUSTIÇA SOCIAL”, AFIRMA PRESIDENTE DO SUEESSOR
Para o presidente Antonio Gervásio Rodrigues, a participação do SUEESSOR no encontro reforça o papel do movimento sindical na construção de um mercado mais acessível e equitativo:
“Estar na organização e nas discussões do 18° Encontro do Espaço da Cidadania é reafirmar uma convicção do SUEESSOR: a inclusão de pessoas com deficiência não é pauta secundária, é estruturante. O trabalho é um direito social, é identidade, é pertencimento e por isso não podemos aceitar que milhares de vagas reservadas permaneçam abertas enquanto tantos trabalhadores encontram barreiras no acesso e na permanência no emprego.”

Ele destaca que os números apresentados escancaram o tamanho do desafio:
“Mais de 140 mil vagas desocupadas mostram que precisamos de fiscalização forte, sim, mas também de consciência social. Empresas que tratam a inclusão como valor, e não obrigação, demonstram que é possível avançar.”
Gervásio ressaltou ainda o impacto das iniciativas apresentadas:
“Os exemplos do INSS, da Coca-Cola FEMSA, do Assaí e do ICOM demonstram que quando há planejamento, tecnologia e vontade política, a inclusão transforma vidas, ambientes de trabalho e toda a sociedade.”

Encerrando sua análise, o presidente reforçou o compromisso do Sindicato:
“O SUEESSOR seguirá na linha de frente, estimulando práticas inclusivas, combatendo preconceitos e defendendo que trabalhadores com deficiência ocupem plenamente o espaço que é deles por direito. Inclusão não é caridade, é justiça social e transformação coletiva.”